Autobiografia de
TANIA MARIA DA SILVA
Nasci
em Nova Friburgo,
tenho 51 anos de vida e há 21 anos vivo em Pádua e ainda sofro muito com calor
do verão. Minha infância foi difícil e pobre como a da maioria dos brasileiros,
mas muito prazerosa no tocante a parte lúdica das criança daquela época. Joguei
muita gude (à vera), chicotinho queimado, pulei muita corda, amarelinha e
outras brincadeiras. Mas como eu sempre fui alta e estabanada, gostando de
brincadeiras de garotos; minha mãe dizia que por pouco eu teria nascido homem. Mas, críticas à parte,
desde os meus 9 anos de idade que tinha carteirinha da biblioteca. Li quase
todas as obras infantis de Monteiro Lobato; então não parei mais de ler; é meu
vício positivo.
Na
adolescência totalmente alienada do que ocorria no país, degustei a Biblioteca
das Moças da Literatura Francesa, muita água com açúcar, mas foi uma mal
necessário. Namorados? Alguns. Ficantes muitos. Era muito divertido para mim e
minhas amigas ficar com um cara diferente a cada domingueira (baile). O
conjunto que mais gostávamos na é poça era o Fhevers. Dançar é muito bom. Na
época íamos desde os ensaios em escolas de samba até o Rock. .
Diante
do relato acima dá para perceber que fui uma adolescente normal, cassei aos 27
anos.. Tive 2 filhos que amo muito; um com, 27 anos, o mais novo que foi para o Rio com 17 anos, está fazendo
Ciências Sociais na UFRJ. Este é um capítulo especial na minha vida.
Trabalho
desde os 13 anos de idade, quando comecei estudar à noite, adiantava o relógio
da casa da patroa para poder fazer datilografia e estudar. Era uma loucura,
sempre foi, e se deixar de viver trabalhando e estudando não sei o que
acontece. Hoje morando sozinha, odeio serviço doméstico e sou meio relapsa com
isso. Aliás; estou morando sozinha porque me separei há 8 anos e agora meus
rebentos criaram asas. Mas amo viver e trabalhar com pessoas. Gosto de gente; o
meu sonho era ser psicóloga, mas, graças a Deus consegui um curso que trabalha
com ciências humanas, a Pedagogia. Para mim o maior Capital que existe no mundo
é gente. Quanta diversificação! È lindo!
Tenho
o espírito muito jovial e se for permitido ainda quero ter mais experiência
nesta nave chamada Terra. Sonho em escrevet livros para crianças e jovens. Amo
as crianças e os jovens. È nessa tenra idade que nos, futuros educadores temos
a oportunidade de ajudar a emancipar essas mentes. Lançar a semente e aguardar
os frutos. Que Deus nos abençoe nesta missão.
Estou quase
debutando num tratamento para transtorno mental, segundo a literatura médica,
tenho sou Bipolar e como é necessário o CID, (Código Internacional de Doença)
me enquadraram nesta doença que oscila de vez em quando. Que É? Trans
torno Bipolar de Humor, onde o sujeito vai da mais alta alegria para o fundo do
poço, de acordo com suas vivências e ou remédios e terapia. È mais ou menos
isso: meio “sem pé nem cabeça” como dizia o meu saudoso pai Antônio. “ Tânia
isso não tem pé nem cabeça. De onde você tirou isso?” Eu, um determinado surto
em que papai ficou responsável por mim, ficava a imaginar: o que é uma coisa
sem pé nem cabeça? Tentava conceber e nascia um monstro ainda maior na minha
cabeça, melhor seria um bicho de sete cabeças. Depois dizem que nós somos
doidos, arrumam cada interpretação para fatos... Honestamente eu nao sei, odeio
pensar nessa coisa sem pé nem cabeça. Tenho a imaginação muito fértil e é
perigoso ficar pensando muito, segundo dizem os “lúcidos.”
Como
caminho entre vales e montanhas, mais uma vez, tive problemas, moro só e fiquei
desempregada, tendo de fazer estágio na Faculdade e procurar um trabalho. Coisa
difícil, pois os empregadores, não aceitam uma pessoa que têm de cumprir 2 anos
de estágio, aqui em
Santo Antônio de – RJ- Brasil, sem remuneração.. Com o
agravante de ter transtorno mental, e já estar com 51 anos. E como as pessoas
não gostam de estorvo, teimam em me aposentar por “Invalidez”. É mole! Logo eu
que tenho um tesão imenso por literatura, crianças e gente de um modo geral. Briguei
com Coordenador Pedagógico da FAETERJ, que diz que a “Regra é clara” também na
Educação! Chutei o balde e abandonei os estudos neste semestre. Não consigo
conviver com a hipocrisia das pessoas que por falta de competência, fazem
alianças escusas. Não sou a ternurinha, Wanderléia e muito menos a Baby
Consuelo; com todo o respeito às duas.
Hoje, eu
quero o direito de viver com dignidade, neste planeta que é nosso, assim como
tantas outras pessoas, e luto por isso. Lei da sobrevivência, aliada ao direito
de sonhar com um trabalho em me realize e tenha uma remuneração decente.
Mas tem um
detalhe, estou desorganizada e nem sei mais se quero me filiar a algum partido,
como o próprio nome diz. Prefiro ser autêntica e caminhar para o meu progresso
moral também. Pois não acredito em luta de classes sem solidariedade. E, segundo
Edgar Morin, em livro , “Os sete saberes”, o mundo interior representa 98% de sua conexão interna e 2%
para a conexão externa, provando da necessidade sonhos, desejos, imagens e fantasias para o humano.
“Deixa
nascer o amor. Deixa crescer o amor. O sal da terra. A PAZ na terra.....”
Tânia Maria da Silva – 15/12/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário