segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A literatura infantil no Brasil: origem, tendências e ensino



A literatura infantil no Brasil: origem, tendências e ensino

Lia Cupertino Duarte Albino


1-A Origem da Literatura Infantil na Europa

            No decorrer da história, pode-se constatar que a Literatura Infantil, começou timidamente na era Feudal, pelos filhos dos grandes Senhores de terra. Porém após a Revolução Industrial que deslocou a maioria do povo do campo para as cidades, em busca de novas oportunidades, e  houve um aumento considerável no número de publicações de livros.
            Com a melhoria de vida da população e maior circulação de dinheiro, aumentam o número de gráficas, visando o novo mercado, adotando posturas, por vezes, nitidamente Pedagógicas, para agradar a burguesia. Com o grande número jovens nas grandes cidades, as editoras, voltam-se para esse mercado e investem em livros direcionados a esse público. Na verdade este impulso se deu devido à nova classe que surgia, a burguesia, inclusive a alfabetização que era necessária neste momento.

2- O surgimento do gênero literário no Brasil

            No Brasil a exemplo de todas as colônias Européias, na América Latina, a literatura infantil surge no século XIX, Porém devido ao grande número de analfabetos, as instituições educacionais, que se voltavam para os ricos, começam com títulos voltados para aventuras e contos do cotidiano infantil. Graças ao trabalho escravista do negro, seguido da Abolição da escravatura, foi necessário trazer os colonos Europeus, assalariados, que precisavam de um local para alfabetização de seus filhos.
            O mais interessante é que a Imprensa está presente no Brasil desde o século XVIII, para editar os jornais da Corte. Mas passado tudo isso, o país vai vagarosamente tendo o acesso popular à leitura. Após a Proclamação da República, com Leis regulamentares, o processo literário, vai ganhando mais espaço na Cultura.

3- Modernização e Modernismo

            A partir do início do Século XX, por influência Européia, o Brasil passa a contar com novos talentos nas artes, literatura, quando em 1922 artistas de várias áreas das artes, literatura, responsáveis pela 1ª Semana da Arte Moderna no Brasil.
            A partir disso, surgem novos investimentos na área editorial facultando a difusão das criações artísticas, que passam a contar com o mecanismo que estimula tanto a produção quanto a divulgação das obras.
            Ao longo dos anos 20 e 30, as editoras começam a prestigiar o gênero, motivando um aumento vertiginoso da produção, bem como a adesão progressista de alguns escritores da nova e atuante geração modernista que incorporam nas obras destinadas  à criança.
            Contudo, apesar do sucesso, o gênero continuava sem motivação. O estímulo para a produção restringia-se a carência do mercado escolar, que por sua vez determinava aos escritores a adequação aos cursos e aos programas educacionais vigentes, limitando a criatividade em função das exigências do Estado, patrocinador do processo de Alfabetização.

4 – Internacionalização e cultura de massa

            As décadas de 40 e 60, foram denominadas como a terceira fase da  evolução Literária e Infantil; assim o mercado pela fertilidade literária, representado principalmente pela profissionalização dos autores e especialização das Editoras e escritores na expansão de Mercado que foi constituída pelo próprio leitor, aumentam as atividades.
            Como resultado, a literatura Infantil viu-se forçada à marginalização, em relação aos outros gêneros, sendo associada integrada à Cultura de Massa por meio da adequação aos padrões internacionais. Seu descompasso com a Literatura adulta, nesse momento, se caracteriza pela produção menos popular, com público restrito, porém culturalmente mais qualitativa.
            Desse modo, se confrontando com a operação interior, representada por Monteiro Lobato, o período corresponde às década de 40 e 60, representa uma lacuna em termos qualitativos no que se refere aos textos produzidos para crianças no Brasil



5- Esboço de uma autonomia

            O Brasil dos anos 60 e 80 já tem uma literatura infantil consolidada. Surge uma nova maneira de compor personagens, tanto nos conteúdos, quanto na produção. Com a valorização da liguangem oral
Acontece a fragmentação da narração, dando ênfase aos diálogos dos personagens, com a participação do leitor e o rompimento da linearidade por meio do fluxo da consciência.
Nesses anos a literatura, vem evoluindo após o Modernismo de 1922, desaparecendo o compromisso com a história oficial e com conteúdo escolares mais modernos e a adesão dos escritures de um modo geral, à cultura de massa, como histórias policiais e a ficção científica. O Estado passa então a investir e mediar, entre a cultura de massa e a população; fiel às sua origens a literatura infantil presta-se a incorporar, em diferentes níveis, o destino pedagógico.
Com esta iniciativa do Estado, a literatura infantil no país, continua com uma concepção de leitura e literatura infantil que acaba sendo um auxiliar civilizador e educativo.  .

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