A literatura infantil no Brasil: origem, tendências e
ensino
Lia Cupertino Duarte Albino
1-A Origem da Literatura Infantil na Europa
No
decorrer da história, pode-se constatar que a Literatura Infantil, começou
timidamente na era Feudal, pelos filhos dos grandes Senhores de terra. Porém
após a Revolução Industrial que deslocou a maioria do povo do campo para as
cidades, em busca de novas oportunidades, e
houve um aumento considerável no número de publicações de livros.
Com
a melhoria de vida da população e maior circulação de dinheiro, aumentam o
número de gráficas, visando o novo mercado, adotando posturas, por vezes,
nitidamente Pedagógicas, para agradar a burguesia. Com o grande número jovens
nas grandes cidades, as editoras, voltam-se para esse mercado e investem em
livros direcionados a esse público. Na verdade este impulso se deu devido à
nova classe que surgia, a burguesia, inclusive a alfabetização que era
necessária neste momento.
2- O surgimento do gênero literário no Brasil
No
Brasil a exemplo de todas as colônias Européias, na América Latina, a
literatura infantil surge no século XIX, Porém devido ao grande número de
analfabetos, as instituições educacionais, que se voltavam para os ricos,
começam com títulos voltados para aventuras e contos do cotidiano infantil.
Graças ao trabalho escravista do negro, seguido da Abolição da escravatura, foi
necessário trazer os colonos Europeus, assalariados, que precisavam de um local
para alfabetização de seus filhos.
O
mais interessante é que a Imprensa está presente no Brasil desde o século
XVIII, para editar os jornais da Corte. Mas passado tudo isso, o país vai
vagarosamente tendo o acesso popular à leitura. Após a Proclamação da
República, com Leis regulamentares, o processo literário, vai ganhando mais
espaço na Cultura.
3- Modernização e Modernismo
A
partir do início do Século XX, por influência Européia, o Brasil passa a contar
com novos talentos nas artes, literatura, quando em 1922 artistas de várias
áreas das artes, literatura, responsáveis pela 1ª Semana da Arte Moderna no
Brasil.
A
partir disso, surgem novos investimentos na área editorial facultando a difusão
das criações artísticas, que passam a contar com o mecanismo que estimula tanto
a produção quanto a divulgação das obras.
Ao
longo dos anos 20 e 30, as editoras começam a prestigiar o gênero, motivando um
aumento vertiginoso da produção, bem como a adesão progressista de alguns
escritores da nova e atuante geração modernista que incorporam nas obras
destinadas à criança.
Contudo,
apesar do sucesso, o gênero continuava sem motivação. O estímulo para a
produção restringia-se a carência do mercado escolar, que por sua vez
determinava aos escritores a adequação aos cursos e aos programas educacionais
vigentes, limitando a criatividade em função das exigências do Estado,
patrocinador do processo de Alfabetização.
4 – Internacionalização e cultura de
massa
As
décadas de 40 e 60, foram denominadas como a terceira fase da evolução Literária e Infantil; assim o
mercado pela fertilidade literária, representado principalmente pela
profissionalização dos autores e especialização das Editoras e escritores na
expansão de Mercado que foi constituída pelo próprio leitor, aumentam as atividades.
Como
resultado, a literatura Infantil viu-se forçada à marginalização, em relação
aos outros gêneros, sendo associada integrada à Cultura de Massa por meio da
adequação aos padrões internacionais. Seu descompasso com a Literatura adulta,
nesse momento, se caracteriza pela produção menos popular, com público
restrito, porém culturalmente mais qualitativa.
Desse
modo, se confrontando com a operação interior, representada por Monteiro
Lobato, o período corresponde às década de 40 e 60, representa uma lacuna em
termos qualitativos no que se refere aos textos produzidos para crianças no
Brasil
5- Esboço de uma autonomia
O
Brasil dos anos 60 e 80 já tem uma literatura infantil consolidada. Surge uma
nova maneira de compor personagens, tanto nos conteúdos, quanto na produção.
Com a valorização da liguangem oral
Acontece a
fragmentação da narração, dando ênfase aos diálogos dos personagens, com a participação
do leitor e o rompimento da linearidade por meio do fluxo da consciência.
Nesses anos a literatura,
vem evoluindo após o Modernismo de 1922, desaparecendo o compromisso com a
história oficial e com conteúdo escolares mais modernos e a adesão dos
escritures de um modo geral, à cultura de massa, como histórias policiais e a
ficção científica. O Estado passa então a investir e mediar, entre a cultura de
massa e a população; fiel às sua origens a literatura infantil presta-se a
incorporar, em diferentes níveis, o destino pedagógico.
Com esta iniciativa
do Estado, a literatura infantil no país, continua com uma concepção de leitura
e literatura infantil que acaba sendo um auxiliar civilizador e educativo. .
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