Língua portuguesa
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A
língua portuguesa, também designada
português, é uma
língua românica flexiva originada no
galego-português falado no
Reino da Galiza e no
norte de Portugal. A parte sul do Reino da Galiza se tornou independente, passando a se chamar
Condado Portucalense em 1095 (um reino a partir de 1139). Enquanto a
Galiza diminuiu,
Portugal independente se expandiu para o sul (
Conquista de Lisboa, 1147) e difundiu o idioma, com a
Reconquista, para o sul de Portugal e mais tarde, com as
descobertas portuguesas, para o
Brasil,
África e outras partes do mundo.
3
O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades
conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais
nos seus contatos com outros estrangeiros poderosos. Especialmente
nessa altura a língua portuguesa também influenciou várias línguas
4 .
É uma das línguas oficiais da
União Europeia, do
Mercosul, da
União de Nações Sul-Americanas, da
Organização dos Estados Americanos, da
União Africana e dos
Países Lusófonos. Com aproximadamente 280 milhões de falantes, o português é a 5ª língua mais falada no mundo, a 3ª mais falada no
hemisfério ocidental e a mais falada no
hemisfério sul da
Terra.
Durante a
Era dos Descobrimentos,
marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A
exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o
Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo.
Brasil e
Portugal são os dois únicos
países cuja língua primária é o português. Entretanto, o idioma é também largamente utilizado como
língua franca nas antigas colônias portuguesas de
Moçambique,
Angola,
Cabo Verde,
Guiné Equatorial,
5 6 7 Guiné-Bissau e
São Tomé e Príncipe, todas na
África.
8 Além disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em
Macau, no
Timor-Leste e em
Goa.
9
O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal,
Luís Vaz de Camões, autor de
Os Lusíadas) e "a última flor do
Lácio" (expressão usada no
soneto Língua Portuguesa, do
escritor brasileiro Olavo Bilac10 ).
Miguel de Cervantes, o célebre autor
espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".
11 Em março de 2006, o
Museu da Língua Portuguesa, um museu interativo sobre o idioma, foi fundado em
São Paulo,
Brasil, a cidade com o maior número de falantes do português em todo o mundo.
12
História
Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da
Europa entre as quais o português.
Poesia medieval
portuguesa |
Das que vejo |
nom desejo |
outra senhor se vós nom, |
e desejo |
tam sobejo, |
mataria um leon, |
senhor do meu coraçom: |
fim roseta, |
bela sobre toda fror, |
fim roseta, |
nom me meta |
em tal coita voss'amor! |
João de Lobeira
(c. 1270–1330) |
O português teve origem no que é hoje a
Galiza e o
norte de Portugal, derivada do
latim vulgar que foi introduzido no oeste da
península Ibérica há cerca de dois mil anos. Tem um
substrato céltico-
lusitano,
13 resultante da língua nativa dos
povos ibéricos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península (
Galaicos,
Lusitanos,
Célticos e
Cónios). Surgiu no noroeste da
península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga
Lusitânia e da
Bética romana. O romance
galaico-português nasce do
latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O contacto com o
latim vulgar
fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais
desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialectos. Assume-se
que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras
línguas ibéricas através do contacto das diferentes línguas nativas locais com o
latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano.
14 15 16 A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras
línguas românicas depois da queda do
Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no
século V
quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se
reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo
século IX, e no
século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica.
Chegando à
Península Ibérica em
218 a.C., os romanos trouxeram com eles o
latim vulgar, de que todas as
línguas românicas (também conhecidas como "línguas novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do
século I a.C. os povos que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os
cónios e os
celtas, começam o seu processo de
romanização. As
línguas paleo-ibéricas, como a
Língua lusitana ou a
sul-lusitana são substituídas pelo latim.
17
A língua difundiu-se com a chegada dos soldados, colonos e mercadores,
vindos das várias províncias e colónias romanas, que construíram cidades
romanas normalmente perto de cidades nativas.
A partir de
409 d.C.,
18 enquanto o
Império Romano entrava em colapso, a península Ibérica era invadida por povos de origem
germânica e
iraniana ou
eslava19 (
suevos,
vândalos,
búrios,
alanos,
visigodos), conhecidos pelos romanos como
bárbaros que receberam terras como
fœderati.
Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em
grande escala a cultura e a língua da península; contudo, desde que as
escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na
Idade Média
e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a evoluir
de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance
"lusitano" (ou
proto-galego-português). Desde
711, com a invasão islâmica da península, que também introduziu um pequeno contingente de
saqalibas, o
árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas, o
moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que, quando os
mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no
léxico, com a introdução de cerca de mil palavras através do
moçárabe-lusitano.
Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D.Dinis I prossegue
políticas em matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o
português como
língua oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando
Portugal estabeleceu um
império colonial e comercial (
1415-
1999) que se estendeu do
Brasil, na
América, a
Goa, na
Ásia (
Índia,
Macau na
China e
Timor-Leste). Foi utilizada como
língua franca exclusiva na ilha do
Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas
línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o mundo, especialmente na
África, na
Ásia e no
Caribe.
Em março de
1994 foi fundado o
Bosque de Portugal, na cidade
sul-brasileira de
Curitiba; o parque abriga o
Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os
imigrantes portugueses
e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram sete as
nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de
Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em
2007.
20 Em março de
2006, fundou-se em
São Paulo o
Museu da Língua Portuguesa.
O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é comemorado em
5 de Maio, sendo promovido pela
CPLP e celebrado em todo o espaço lusófono.
21
Distribuição geográfica
A língua portuguesa no mundo.
O português é a língua da maioria da população de
Portugal,
22 Brasil,
23 São Tomé e Príncipe (95%)
24 e
Angola.
25 Apesar de apenas 6,5% da população de
Moçambique ser de falantes nativos do português, o idioma é falado por cerca de 39,6% dos moçambicanos, de acordo com o
censo de 1997.
26 A língua também é falada por 11,5% da população da
Guiné-Bissau.
27 Não existem dados disponíveis relativos a
Cabo Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo os cabo-verdianos monolíngues falantes do
crioulo cabo-verdiano.
Há também significativas comunidades de
imigrantes falantes do português em muitos países como
Andorra (15,4%),
28 Austrália,
29 Bermudas,
30 Canadá (0,72% ou 219.275 pessoas segundo o censo de 2006,
31 mas entre 400.000 e 500.000 de acordo com
Nancy Gomes),
32 Curaçao,
França,
33 Japão,
34 Jersey,
35 Luxemburgo (9%),
22 Namíbia (4-5%),
36 37 Paraguai (10,7% ou 636.000 pessoas),
38 África do Sul,
39 Suíça (196 mil cidadãos em 2008),
40 Venezuela (1 a 2% ou 254.000 a 480.000 pessoas)
41 e nos
Estados Unidos (0,24% da população ou 687.126 falantes de acordo com o
American Community Survey de 2007),
42 principalmente em
Nova Jersey,
43 Nova York44 e
Rhode Island.
45
Em algumas partes do que era a
Índia Portuguesa, como
Goa46 e
Damão e
Diu,
47 o português ainda é falado, embora esteja em vias de desaparecimento.
Idioma oficial
Países observadores ou associados
A
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em nove
países independentes que têm o português como
língua oficial:
Angola,
Brasil,
Cabo Verde,
Timor-Leste,
Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial,
Moçambique,
Portugal e
São Tomé e Príncipe.
8
A
Guiné Equatorial
fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010 e deve
adicionar o português como terceira língua oficial (ao lado do
espanhol e do
francês),
já que esta é uma das condições para entrar no grupo. O Presidente da
República da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasog, e o
Primeiro-Ministro Chefe de Estado, Ignacio Milam Tang, aprovaram e
apresentaram no dia 20 de julho de 2011 o novo Projeto-Lei
Constitucional que pretende adicionar o português como língua oficial. O
decreto aguarda ratificação pela Câmara de Representantes do Povo e
entrará em vigor 20 dias após a sua publicação no Boletim Oficial do
estado (equivalente ao português Diário da República)
48 49 50 .
O português é também uma das línguas oficiais da
região administrativa especial chinesa de
Macau (ao lado do
chinês) e de várias
organizações internacionais, como o
Mercosul,
51 Organização dos Estados Ibero-Americanos,
52 a
União de Nações Sul-Americanas,
53 a
Organização dos Estados Americanos,
54 a
União Africana55 e da
União Europeia.
56
Poderá acrescentar-se a esse número a imensa
diáspora de cidadãos de nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10 milhões (4,5 milhões de
portugueses, 3 milhões de
brasileiros, meio milhão de
cabo-verdianos,
etc.), mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais,
incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que
fala efetivamente a língua de
Camões,
uma vez que uma porção significativa será de cidadãos de países
lusófonos nascidos fora de território lusófono descendentes de
imigrantes, os quais não necessariamente falam o português. É necessário
ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas nacionais já se
encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos, como por
exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos PALOPs.
57
A língua portuguesa está no cotidiano de 241 milhões de pessoas, que
têm contato direto ou indireto legal, jurídico e socialmente com a
língua portuguesa, podendo tal contato consistir do idioma no dia-a-dia,
passando pela educação, pelo contato com a administração local ou
internacional, pelo comércio e/ou serviços, ou até mesmo consistir do
simples vislumbre de
sinalética, informação municipal e publicidade em português.
[carece de fontes]
Cabe notar ainda o importante aumento e a consolidação da população
das várias jurisdições para números arredondados facilmente
identificáveis: Portugal Continental com 10 milhões e
Açores e
Madeira
contabilizando já meio milhão juntos; o Brasil passa dos 190 milhões,
Moçambique dos 20 milhões, Angola dos 15 milhões, Guiné-Bissau 1,5
milhão, o grupo insular africano Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que
têm 1 milhão, Timor-Leste, que também tem praticamente a mesma
população, e Macau com 500 mil. Números recentes e reais que,
individualmente e em conjunto, fortalecem as suas nações, as identidades
lusófonas e a língua portuguesa no panorama internacional.
Segundo dados estatísticos oficiais e fiáveis dos respectivos
governos e seus institutos nacionais de estatística, a população de cada
uma das nove jurisdições é a seguinte (por ordem decrescente):
Língua estrangeira e o futuro
O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no
Uruguai59 e na
Argentina.
60 Outros países onde o português é ensinado em escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem
Venezuela,
61 Zâmbia,
62 Congo,
63 Senegal,
63 Namíbia,
63 Suazilândia,
63 Costa do Marfim63 e
África do Sul.
63
No estado de
Goa na
Índia,
atualmente o português é aprendido, no ensino oficial e particular. A
Universidade de Goa tem um mestrado em Estudos Portugueses desde 1988.
Segundo estimativas da
UNESCO, o português é um dos idiomas que mais crescem entre as
línguas europeias após o
inglês e o
espanhol. O português é o idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua internacional na
África Austral e na
América do Sul.
64
Espera-se que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham
uma população combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os
países de língua portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no
mesmo ano.
64
Desde 1991, quando o
Brasil assinou no mercado econômico do
Mercosul com outros países sul-americanos, como
Argentina,
Uruguai e
Paraguai, tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da
América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a presença do idioma na região.
65 66
Embora no início do
século XXI, depois de
Macau ter sido
cedida à
China, o uso de português estivesse em declínio na
Ásia,
está novamente se tornando uma língua relativamente popular por lá,
principalmente por causa do aumento dos laços diplomáticos e financeiros
chineses com os países de língua portuguesa.
67
Visibilidade política
Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos média e na internet, que estão apresentando tal situação à
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) e outras organizações para a realização de um debate na
comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para
tornar o português uma das línguas oficiais da
Organização das Nações Unidas (ONU).
Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube
Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma
petição cujo texto pode ser encontrado na internet com o título
"Petição para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e
aprovada por unanimidade.
68
Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal,
destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma
das potências emergentes do
século XXI,
pelo tamanho de sua população, e a presença da sua variante do
português em todo o mundo, fornece uma justificação legítima para a
petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma das línguas
oficiais da organização.
69 Esta é actualmente uma das causas do Movimento Internacional Lusófono.
70
Em
África, o português é língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola.
71 Finalmente, na Ásia, encontra-se
Timor-Leste uma nação lusófona.
8
Dialetos
Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e
dialetos,
até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém,
que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos,
falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois
padrões reconhecidos internacionalmente (o
português brasileiro e o
português europeu). No momento atual, o português é a única língua do
mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas
ortografias oficiais (é notado que a
inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo
Acordo Ortográfico de 1990.
72
A língua portuguesa tem grande variedade de
dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal.
73 74 75 Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.
76
Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a ser registados por
Leite de Vasconcelos no começo do
século XX.
77 78
Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal
podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano,
em especial o português são-tomense, tem muitas semelhanças com o
português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal
(chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar
brasileiro, especialmente, o uso intensivo do
gerúndio
(e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontano
e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.
79 Um dialecto já quase desaparecido é o
português oliventino ou
português alentejano oliventino, falado em
Olivença e em
Táliga.
80
Após a independência das antigas colônias africanas, o português
padrão de Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua
portuguesa. Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem,
o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há
uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de
Lisboa.
81
No Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste
do país, essa região foi alvo de intensas migrações internas,graças ao
seu poder econômico. O
Distrito Federal
apresenta um destaque devido ao seu dialeto próprio, pelas várias ordas
de migração interna. Os dialectos europeus e americanos do português
apresentam problemas de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países),
devido, sobretudo, a diferenças culturais, fonéticas, lexicais. Nenhum
pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente melhor ou
perfeito.
82
Algumas comunidades cristãs falantes de português na
Índia,
Sri Lanka,
Malásia e
Indonésia
preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de
Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas,
nasceram
crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento.
83 Também é percebível uma variedade de palavras originadas do português no
tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o
japonês, o
suaíli, o
indonésio e o
malaio.
84
Léxico
O
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500
acepções, 415 500
sinónimos, 26 400
antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela
Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
86
A maior parte do léxico do Português é derivado do latim, já que o
português é uma língua românica. No entanto, por causa da ocupação
moura da
Península Ibérica durante a
Idade Média e a participação de Portugal na
Era dos Descobrimentos,
adotou palavras
de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português
tinha cerca de 80% de suas palavras com origem latina e 20% com origem
pré-romana,
germânica e
árabe. Atualmente, a língua portuguesa ostenta em seu vocabulário termos provenientes de diferentes idiomas como o
provençal, o
holandês, o
hebraico, o
persa, o
quíchua, o
chinês, o
turco, o
japonês, o
alemão e o
russo, além de idiomas bem mais próximos, como o
inglês, o
francês, o
espanhol e o
italiano. Também houve influência de algumas
línguas africanas.
87 88
Muito poucas palavras em português podem ter sua origem rastreada até os habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os
galaicos,
lusitanos,
célticos e
cónios. O
fenícios e
cartagineses, brevemente presentes na região, também deixaram alguns poucos vestígios. No século V, a Península Ibérica (a
Hispânia romana) foi conquistada pelos
germânicos suevos e
visigodos.
Esses povos contribuíram com algumas palavras ao léxico português,
principalmente nas relacionadas à guerra. Entre os séculos IX e XIII, o
português adquiriu cerca de 800 palavras do
árabe, devido a influência
moura na
Iberia.
No século XV, as explorações marítimas portuguesas levaram à introdução
de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Do século XVI ao
XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no
comércio de escravos no Atlântico e o estabelecimento de grandes colónias portuguesas em
Angola,
Moçambique e
Brasil, o português sofreu várias influências de idiomas africanos e ameríndios.
87 88
Classificação e línguas relacionadas
O português é uma
língua indo-europeia, do grupo das
línguas românicas (ou latinas), as quais descendem do latim, pertencente ao ramo
itálico
da família indo-europeia. Considera-se, comparado com línguas da
península Ibérica e excluindo o galego e o mirandês, ter maiores
parecenças com o sistema vocálico
catalão,
mas também existem algumas similitudes entre o português e os falares
pirenaicos centrais. Como factor decisivo para a evolução do português
considera-se frequêntemente a influência dum substrato celta. Os fonemas
vocálicos nasais estabelecem uma similitude com o ramo galo-românico
(especialmente com o francês antigo)
89
A língua portuguesa é, em alguns aspectos, parecida com a
língua castelhana, tal como com a
língua catalã ou a
língua italiana, mas é muito diferente na sua
sintaxe, na sua
fonologia e no seu
léxico.
Um falante de uma das línguas precisa de alguma prática para entender
um falante da outra. Além do mais, as diferenças no vocabulário podem
dificultar o entendimento. Entretanto, essa situação usualmente se
configura usando o vocabulário corrente da língua. Geralmente, há
palavras portuguesas da mesma origem etimológica (às vezes em desuso)
que as dos outros romances. Compare-se por exemplo:
- Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (em português) (língua atual)
- Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelhano)
- Ela cerra sempre a ventana antes de cear. (usando a mesma etimologia)
Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão
do castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade
de entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons
em comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português,
por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das
línguas célticas
90 91
). Além disso, no português europeu há uma profunda redução de
intensidade das sílabas finais e as vogais átonas finais tendem a ser
ensurdecidas ou mesmo suprimidas. Esta particularidade da variedade
europeia resulta do chamado ‘
processo de redução do vocalismo átono’.
O português é, naturalmente, relacionado com o catalão, o italiano e todas as outras línguas de origem latina.
Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português, como por exemplo o
patuá macaense de
Macau. No Brasil, destacam-se o
lanc-patuá derivado do
francês e vários
quilombolas, como o
cupópia do
Quilombo Cafundó, de
Salto de Pirapora, no
estado brasileiro de
São Paulo.
92
Ortografia
O português tem duas variedades escritas (padrões ou
standards) reconhecidas internacionalmente:
Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão
brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É,
ademais, amplamente estudado nos países da
América do Sul, devido à grande importância econômica do
Brasil no
Mercosul.
As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil
estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas
variedades vernáculas, enquanto nos textos formais essas diferenças
diminuem bastante. As diferenças não são maiores que entre o
inglês dos
Estados Unidos e do
Reino Unido ou o
francês da
França e de
Québec.
93
Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os
falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas
dificuldades pontuais.
Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas
naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um
oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua
evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois
padrões de
linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que seja mais correto em relação ao outro.
É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou
chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número
de variações regionais.
Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu
conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto
fonético. Um português do
século XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do
século XX como sua do que a fala de um português
94
. O exemplo mais forte disto é o vocalismo átono usado no Brasil, que
corresponde ao do português da época dos descobrimentos. Assim, a
linguística não só retira qualquer autoridade de qualquer variante em
relação às outras, como mostra que a distância entre as variantes e
entre os seus falantes não é tão grande como muitos pensam.
O que mais afasta as duas variantes não é o seu léxico ou pronúncia
distintos, considerados naturais até num mesmo país, mas antes a
circunstância, pouco comum nas línguas, de seguirem duas ortografias
diferentes. Por exemplo, o Brasil eliminou o "c" das sequências
interiores
cc/cç/ct, e o "p" das sequências
pc/pç/pt
sempre que não são pronunciados na forma culta da língua, um
remanescente do passado latino da língua que persistiu no português
europeu.
Europa e África |
acção |
acto |
contacto |
direcção |
eléctrico |
óptimo |
adopção |
Brasil |
ação |
ato |
contato |
direção |
elétrico |
ótimo |
adoção |
Nota: no
Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em
facção,
compactar,
intelectual,
aptidão etc.
Também ocorrem diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como
acadêmico,
anônimo e
bidê
usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto
nos restantes países lusófonos estas vogais são abertas:
académico,
anónimo e
bidé respectivamente.
Reformas ortográficas
Durante muitos anos, Portugal (até 1975,
incluía as suas colónias) e o Brasil tomaram decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum, legislando sobre a língua.
95
Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos:
Acordo Ortográfico de 1911,
Acordo Ortográfico de 1943,
Acordo Ortográfico de 1945,
Acordo Ortográfico de 1971 e o
Acordo Ortográfico de 1990.
Todos eles estiveram envolvidos em polémicas e divergências entre os
países signatários. Os mais significativos foram o Acordo Ortográfico de
1943 que esteve em vigor apenas no Brasil entre 12 de agosto de 1943 e
31 de dezembro de 2008 (com algumas alterações introduzidas pelo Acordo
Ortográfico de 1971) e o Acordo Ortográfico de 1945, em vigor em
Portugal e todas as colónias portuguesas da época, desde 8 de Dezembro
de 1945 até à entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 (que ainda
não entrou em vigor em todos os países signatários).
95
Acordo de 1990
O
Acordo Ortográfico de 1990
foi proposto para criar uma norma ortográfica única, de que
participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, e
em que esteve presente uma delegação não oficial de observadores da
Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal
(1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).
72
Variedades ortográficas
Portugal e países que não assinaram o acordo de 1990 |
Brasil e países que assinaram o acordo de 1990 |
direcção |
direção |
óptimo |
ótimo |
Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo
Protocolo Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de
governo da
CPLP.
O Segundo Protocolo vem permitir que o Acordo possa vigorar com a
ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que
todos os demais membros da
CPLP
adotem o mesmo procedimento, e contempla também a adesão de
Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em
vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil
(2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo
passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação
necessária, tecnicamente o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos
jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.
96
Depois de muita discussão, no dia 16 de maio de 2008, o parlamento
português ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, estabelecendo um
prazo de até seis anos para que a reforma ortográfica seja totalmente
implantada. No entanto, não existe nenhuma data oficial para a vigência
do tratado no país, pelo que se rege segundo a norma oficial de 1945.
97
No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008, porém, até 2012 as duas ortografias estarão vigentes.
98
Gramática
Uso da segunda pessoa do singular na
lusofonia.
A
gramática, a
morfologia e a
sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das demais
línguas românicas, especialmente à do
espanhol e ainda mais à do
galego. O português é um idioma relativamente
sintético e
flexivo.
99 100
Substantivos,
adjetivos,
pronomes e
artigos são moderadamente
flexionados: existem dois
gêneros (masculino e feminino) e dois
números (singular e plural). O
caso gramatical da sua língua ancestral, o
latim, foi perdido, mas os
pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de formas:
sujeito, objeto do verbo e objeto da
preposição. A maioria dos substantivos e adjetivos pode levar muitos sufixos
diminutivos ou
aumentativos
derivacionais e a maioria dos adjetivos podem ter sufixo derivacional
"superlativo". Os adjetivos normalmente seguem o substantivo.
99 100
Os verbos são altamente flexionados: existem três
tempos (passado, presente e futuro), três
modos (indicativo, subjuntivo, imperativo), três
aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas
vozes (ativa e passiva) e um
infinitivo
flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos,
totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os tempos
progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras
línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o
agente substituído por um
pronome indefinido. O português é basicamente uma
língua SVO, embora a sintaxe
SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto no
inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de
queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O português tem dois
verbos de ligação.
99 100
A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras línguas românicas, como um
pretérito mais-que-perfeito
sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um
presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do
idioma português é a
mesóclise, a
infixação de
pronomes clíticos em algumas formas verbais.
99 100
Fonologia
A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras
línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem
especial atenção quando a aprendem. O português tem uma das
fonologias mais ricas das
línguas românicas, com
vogais orais e nasais,
ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas
/e/, /o/ e as vogais semiabertas
/ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do
espanhol, e o contraste entre elas é usado para
apofonia. O
português europeu também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o
e caduc do
francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes, embora algumas variedades da língua tenham menos
fonemas (o
português brasileiro é geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas consideram como
alofones das vogais orais, dez
ditongos orais e cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.
101
Vogais
Para as sete vogais do
latim vulgar, o
português europeu acrescentou duas
vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser
elidida na fala rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas
/e o/ e as vogais baixas
/ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de
apofonia. Como o
catalão,
o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas
com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em
alguns casos, centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem
principalmente nas extremidades das palavras.
101
Consoantes
Exemplo de pronúncias diferentes
Excerto do
épico nacional português
Os Lusíadas, de
Luís de Camões (I, 33)
Original |
IPA (Lisboa) |
IPA (Rio de Janeiro) |
IPA (São Paulo) |
Sustentava contra ele Vénus bela, |
suɕtẽˈtavə ˈkõtɾə ˈeɫɨ ˈvɛnuʑ ˈβɛɫə |
suɕtẽ̞ˈtavə ˈkõtɾə ˈeɫi ˈvẽnuʑ ˈbɛɫə |
sustẽ̞ˈtavə ˈkõtɾɐ ˈeɫi ˈvẽnuz ˈbɛlɐ |
Afeiçoada à gente Lusitana, |
əfəjˈswaðaː ˈʒẽtɨ̥ ɫuziˈtɐnə |
ɐfejsuˈaðaː ˈʑẽtɕi̥ ɫuziˈtɜ̃nə |
ɐfeɪ̯sʊˈadaː ˈʑẽtɕɪ̥ ɫuziˈtənə |
Por quantas qualidades via nela |
puɾ ˈkwɐ̃təɕ kwəɫiˈðaðɨʑ ˈviə ˈnɛɫə |
puʀ ˈkwɜ̃təɕ kwɐɫiˈdadʑiʑ ˈviə ˈnɛɫə |
pʊɾ ˈkwɜ̃tɐs kwɐɫiˈdadʑɪz ˈviɐ ˈnɛlɐ |
Da antiga tão amada sua Romana; |
də̃ˈtiɣə ˈtɐ̃w̃ əˈmaðə ˈsuə ʁuˈmɐnə |
dɐˀɜ̃ˈtɕiɣə tɜ̃w̃ ɐ̃ˈmaðə ˈsuə ʁo̞ˈmɜ̃nə |
dɐ̃ːˈtɕiɡɐ ˈtɐ̃ʊ̯̃ ɐ̃ˈmadɐ ˈsuɐ hõ̞ˈmənə |
Nos fortes corações,
na grande estrela, |
nuɕ ˈfɔɾtɨ̥ɕ kuɾəˈsõj̃ɕ
nə ˈɣɾɐ̃dɨ̥ɕˈtɾeɫə |
nuɕ ˈfɔxtɕi̥ɕ ko̞ɾɐˈsõj̃ɕ
nɐ ˈgɾɜ̃dʑi̥ɕˈtɾeɫə |
nʊs ˈfɔɾtɕɪ̥s koɾɐˈsõɪ̯̃s
nɐ ˈɡɾɜ̃dʑɪ̥sˈtɾelɐ |
Que mostraram na terra Tingitana, |
kɨ̥ muɕˈtɾaɾə̃w̃ nə ˈtɛʁə tĩʒiˈtɐnə |
ki̥ mo̞ɕˈtɾaɾɜ̃w̃ nɐ ˈtɛʁə tɕĩʑiˈtɜ̃nə |
kɪ̥ mʊsˈtɾaɾɜ̃ʊ̯̃ nɐ ˈtɛɦɐ tɕĩʑiˈtənə |
E na língua, na qual quando imagina, |
i nə ˈɫĩɡwə nə ˈkwaɫ ˈkwɐ̃dwiməˈʒinə |
i nɐ̞ ˈɫĩgwə nɐ̞ ˈkwaw ˈkwɜ̃dwĩmɐ̞ˈʑĩnə |
ɪ nɐ̞ ˈɫĩɡwɐ nɐ̞ ˈkwaʊ̯ ˈkwɐ̃dwĩmɐ̞ˈʑinɐ |
Com pouca corrupção crê que é a Latina. |
kõ ˈpokə kuʁupˈsɐ̃w̃ ˈkɾe kiˈɛ ə ɫəˈtinə |
kũ ˈpowkɐ ko̞ʀupˈsɜ̃w̃ kɾe ˈkjɛ ɐ ɫəˈtɕĩnə |
kʊ̃ ˈpoːkɐ ko̞ʁup(i)ˈsɜ̃ʊ̯̃ ˈkɾe ˈkjɛ ɐ lɐˈtɕĩnɐ104 |
Ver também
Referências
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