ALDEIA
DE ÍNDIOS GUARANIS Tekoa Mboy-TY EM
NITERÓI- RJ - BRASIL
Visitei
a aldeia de índios guaranis Tekoa Mboy-Ty, numa ilha entre Camboinhas e Itaipu,
Niterói- RJ, em janeiro de 2012 e conheci um pedacinho de nossa história.São
índios dissidentes de Parati que ocuparam a pequena ilha em 2008. E embora a
área seja considerada de Preservação Ambiental, a especulação Imobiliária vive
de olho naquelas terras, em que habitam 32 famílias, com muitas crianças. Tendo
acontecido um incêndio criminoso em 2011, mas a população resiste e convive
entre modernidades como: celular, antena de TV, sendo que para sobreviverem
trabalham o artesanato, têm uma tenda onde é vendido coca-cola, em meio a fotos
de índios e artefatos de caça e pesca e artesanato.. Com índias degustando
cachimbos e crianças circulando na área.
Na
questão da Educação, os índios agora estão sendo preparados para dar aula para
o seu povo; onde o tupi-guarani é a língua mãe e o português a segunda, tendo
disciplinas voltadas para o resgate cultural da tribo.
Tania Maria da Silva – janeiro de
2012
Documentário:
Por Vera Moll
Meu próximo projeto de
livro tem como tema os índios brasileiros, assunto que venho pesquisando
intensamente nos dois últimos anos. Pois, no sábado, 13 de setembro, fizemos um
passeio inusitado: fomos a Niterói para as festividades de reinauguração da
Aldeia Guarani Tekoa MBoy-Ty e para lançamento do Centro de Cultura
Tupi-Guarani de Camboinhas. A área é considerada de Preservação Permanente
porque tem um sítio arqueológico de mais de 8 mil anos, onde viveram os homens
pré-históricos e os ancestrais indígenas.
A aldeia Guarani Tekoa MBoy-Ty Ffica um
platô, no final da praia, num local cercado de sítios arqueológicos: os
sambaquis. O que são sambaquis? Segundo Pedro Paulo Funaro a palavra significa
mariscos em Tupi.
Antigos habitantes do Brasil que viviam no litoral e nas
margens dos rios comiam os mariscos e jogavam fora as conchas que iam se
empilhando. Os montes de conchas iam crescendo e acabavam adquirindo a forma de
colinas. “Essas populações guardavam as valvas dos mariscos mais abundantes (ostras,
mexilhão, berbigão) acumulando-as em plataformas sobre as quais instalavam suas
residências e sepultavam seus mortos” (André Prous).
Segundo o índio Guarani Joaquim, com quem conversamos, a aldeia é composta por
60 pessoas. Em Camboinhas eles têm água doce, peixe na lagoa, a terra não é
boa, mas a prefeitura cedeu uma área próxima para que eles possam plantar. Os
sambaquis fazem dali um local sagrado, e como bem salientou o cacique Darcy no
seu discurso, a FUNAI os ajudou a transferir a aldeia de Paraty para Niterói
porque ali existe um cemitério de seusancestrais.
Presentes e participando da cerimônia de inauguração, índios Guajajara de uma
aldeia amiga do Maranhão. Seu líder e pajé alertou para a necessidade de
preservação da cultura e, dirigindo-se enfaticamente aos índios que vivem e
estudam na cidade, disse que esta cultura data de muito antes de 1500: “Não
podemos perder nossa cultura, nossa cultura está no maracá”.
Fomos, alguns de nós, agraciados com a bênção do pajé, o que fez do encontro uma
comunhão de dons espirituais.
Bibliografia:
Os Antigos Habitantes do Brasil O Brasil
antes dos brasileiros
Prous, André. 2006, Jorge ZAHAR Editor
.
Funaro, Pedro Paulo.
2000 Editora UNESP.
O Brasil antes dos brasileiros
Prous, André.
2006, Jorge ZAHAR Editor