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A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado
Livro
A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (em alemão:Der Ursprung der Familie, des
Privateigentums und des Staats) é uma obra de Engels, a qual, por
influência do marxismo (Karl Marx camarada de luta de classes e estudo, além de grande amigo),
resgata desde o início dos tempos a análise materialista do desenvolvimento da civilização
Nela, o autor classifica os tipos de família em:
Nestas três formas faremos corresponder respectivamente
os sistemas X).¹P¹X) e ariano (G¹malaio (G=P=X),
turaniano ou ganowiano (G =P
A obra constitui-se em um estudo aprofundado baseado
nas descobertas de campo de Lewis Henry Morgan e em seu livro A
sociedade Antiga (Ancient Society) sobre a gens dos indígenas norte-americanos da nação iroquesa que foi adotados pelos (senecas).
O livro também demonstra a passagem do matriarcalismo ou comunismo primitivo ao patriarcalismo correlacionando ao
início da propriedade privada que por
sua vez se correlaciona com o início do Estado.
Em geral
Nos primórdios da Família havia uma grande indefinição
dos laços de ascendência. Os grupos familiares
viviam em tribos junto com todos os seus correlatos, e
as relações se davam de maneira generalizada: filhos e filhas de irmãs eram
considerados filhos pelo pai, filhos e filhas de seu irmão eram considerados sobrinhos. Em uma tribo era possível ter
vários pais e mães.
Dentro dessas concepções de família existia apenas um empecilho, o ciúme
do macho. A necessidade de se estabelecer como o macho, o marido,
o pai. Esta situação é superada com os casamentos em grupo, para tornar assim
o Homem
menos animalizado e fazê-lo perceber as vantagens do grupo, isso encerra o ciúme,
pois no grupo todos se pertencem mutuamente.
A constituição de famílias ainda estava atrelada a promiscuidade, pois não havia a
definição de costumes. Por exemplo, Engels mostra que dentro das famílias
cosanguíneas o Incesto era aceito. Pais e filhos não podem
se relacionar, mas irmãos e irmãs, primos e primas, podem. Engels segue
demonstrando a evolução da família por partes: a família Punaluana, a família
Sindiásmica e a Família Monogâmica.
Na Família Punaluana, punaluana quer dizer: associação,
casamento em grupos, o incesto gradativamente passou a ser proibido, fazendo
com que aquelas sociedade se desenvolvessem mais rápido. O Matrimônio esta
ainda em seu início.
A família Sindiásmica surge após a proibição do
incesto, pois esse critério dificultava os casamentos em grupos. Assim
então se estabelece a família Sindiásmica. Na qual, o Homem é casado com uma Mulher,
mas a infidelidade e a poligamia ainda são direitos seus, e estes eram
espoliados das mulheres, estas deviam ser fies a seus maridos oficiais e esta
concepção monogâmica deve se as mulheres, que procuraram ter esse direito a castidade
e ao casamento com apenas um homem. Esta formação de família reduzia o número
de mulheres com as quais um homem podia se relacionar, é nesse período que se
inicia o rapto de mulheres e os casamentos arranjados. Dentro
da família, agora constituída por dois seres que se desconhecem, o poder era
em maior parte feminino. A mulher era quem tinha mais poder no interior da
família, pois ela era quem definia as relações sanguíneas, definia quem seria
o pai, eram as verdadeiras senhoras do lar. Dessa forma, Engels mostra que as
mulheres nem sempre foram submissas aos homens. Até mesmo sua sexualidade era mais
respeitada, em eventos ou cerimônias em templos, a mulher poderia escolher seu
parceiro sexual.
A família Sindiásmica é o limite entre a Barbárie e o Estado.
Porém, um fato que tem origem no velho mundo, altera toda esta
concepção de família e poder feminino. As riquezas produzidas durante a vida
do homem haviam crescido bastante, porém esta riqueza era repassada para os
descendentes genéticos da mulher, fazendo com que os filhos dos homens fossem
deixados de lado. O homem estava ganhando mais poder e usou esse poder em seu
favor para suprimir a mulher, retirando o direito materno e todas as regalias
da filiação feminina. Passa a existir, então, o Heterismo, a prevalência do
homem sobre a mulher. Que só cresceu durante os próximos anos, chegando até a
nossa concepção atual. Engels considera esta a maior derrota da mulher, logo
elas foram reduzidas a objetos do prazer masculino sem direitos. Essa mudança
é o ponto principal da evolução da família Sindiásmica para a Monogâmica.
Na família Monogâmica,
o homem é o centro do poder. A família é mais sólida, pois somente o homem
pode encerrar o casamento. O homem tem o direito irrestrito de ser infiel e
satisfazer sua libido. Porém, a mulher é totalmente
expropriada desse direito, pois, por razões econômicas, o homem precisa ter seus
filhos legítimos, filhos da sua mulher oficial. Para garantir que estes
filhos sempre fossem seus, a mulher jamais poderia se relacionar com outro.
Essa forma é vista desde a antiguidade clássica até os dias atuais, na
modernidade na qual vivia Engels. A mulher deve ser tolerante, sua função era
conceber herdeiros, governar a casa e vigiar as escravas, que mais tarde
tornavam-se amantes de seu marido. Com essa nova conjuntura surgem duas
figuras sociais frequentes: "o inevitável amante da mulher casada e o
marido corneado. Os homens haviam conseguido vencer as mulheres, mas as
vencidas se encarregaram, generosamente, de coroar os vencedores".
Nessa circunstância, o homem devia aceitar que os filhos de sua mulher sempre
seriam seus filhos, mesmo que fosse traído. “É este o resultado final de
três mil anos de monogamia.” A mistura da cultura clássica românica com a barbárie germânica criou uma versão atualizada da
Monogamia, na qual a mulher tinha um pouco mais de liberdade, pelo menos na
teoria. Esse novo tipo de monogamia pode ter sido a primeira formação que
permitia união por amor sexual moderno ou até amor conjugal, já que todas as
outras relações desde a família Sindiásmica tinham sido arranjadas.
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terça-feira, 2 de abril de 2013
Origem da Família e propriedade provada
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