Que fim levou CUNÁ e CACÁ?
Num pequeno lugarejo, há uns 20 anos; hoje já urbanizada e com muitos habitantes, morava uma família de filhos de lavradores que desceram a Serra para ficar perto dos grandes centros e trabalhar para construir uma vida mais próspera. Compraram um terreno grande e construíram a casa na parte de trás, ficando à frente um quintal, onde conseguiam plantar verduras e ao mesmo tempo criar galinhas! Hoje essa casa tem dois pavimentos, piscina churrasqueira e área de lazer.
A
família era composta pelo casal e um casal de filhos, o menino bem travesso,
menino rebelde até hoje, e a menina quietinha, mas fazia das suas também. O
casal trabalhava muito, inclusive nos finais de semana pois a casa fora
construída por eles, pois o pai era um exímio Mestre de obras.
Bem,
agora vou contar um fato interessante em relação as galinhas do quintal; que as
crianças brincavam tanto com elas que se tornavam intimas dos animais e quando a mãe inventava de matar
uma galinha, os filhos protestavam, choravam, enfim, faziam as suas
manifestações.
Porém
nesse quintal havia um galo enorme e velho, chamado CUNÁ em “homenagem” a uma
das tias, por ser muito bravo, bicava para valer; e ai de quem se atrevesse a
entrar na propriedade, se não corresse era bicado por CUNÁ. Naquele mesmo espaço, conviviam
harmonicamente as galinhas, e em especial uma que era tão mansa que as crianças
brincavam com ela, vestindo roupinhas e ela sempre tranquila. A essa galinha o chefe da família deu o nome
CACÁ, porque lembrava o irmão caçula;
sempre muito calmo, educado, não gostava de brigas, no bom sentido, uma pessoa
invejável.
Passou muito tempo e esses dois
eram poupados da panela, porque as crianças não deixavam matar de modo nenhum.
Por uns 6 anos os dois circulavam com Alvará; para andar soltos e “livres” no
quintal. CUNÁ, sempre agitado, sentia-se o dono do “pedaço”, pois não tinha a
concorrência de mais um galo e CACÁ vivia tranquilamente com as crianças até
chegar o dia fatal.
O
chefe da casa decidira fazer reformas no quintal, para isso o galinheiro
teria que ser removido. Foram abatendo as aves aos poucos, deixando CUNÁ e
CACÁ, para o final. Mas certo dia chegou a vez dos dois virarem ensopado, porém
quando as crianças viram; choravam gritavam; imploravam.
- Por favor, não matem o CUNÁ e a
CACÁ. Eles são nossos amigos. Não façam isso com eles...
Naquele momento de dor para os
meninos, os pais respeitaram, mas quando as crianças fora para escola, abateram as duas aves restantes. E quando os
filhos chegaram em casa, a mãe, muito dedicada, conversou com eles,
convencendo-os a adotar um cãozinho ou outro animal de estimação. As crianças
choraram o final dos amigos e concordaram em adotar um cão. Assim o fizeram.
Hoje são adultos e vêm esse louco mundo com mais aceitação de algumas coisas.
Mas para quem teve a infância assim tão lúdica*, são pessoas diferentes da
maioria!
Tania Maria da Silva
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