Esta História vem de longas datas
para e para o autor dela; Chico Alencar. Que não conheço pessoalmente, mas
sempre o admirei, principalmente como escritor infantil. A minha justificativa
é porque sou contadora de histórias infantis, sendo que há uns 11 anos, era
voluntária numa creche aqui em Pádua. Onde conheci crianças lindas. Qual é a criança
que não é linda?
Como sempre afirmo; tenho uns
vizinhos barulhentos e adoráveis que me despertam na madrugada, quando o clima
está ameno e posso tranquilamente contemplar o firmamento, adorar o Sol, ao som
de uma orquestra, que vive num condomínio bem democrático, habitado por
pardais, bem-te-vi, beija-flor, borboletas, joaninhas e quem mais chegar.Fiz
essa argumentação para recontar uma história de autoria do Chico Alencar, que
eu contava para as crianças da creche, entre outras tantas.
Cinzento.
Um pardal muito acinzentado!!!!!!!!!!
É
a história de um pardalzinho, considerado feio pelos colegas, que vivia na área
urbana vagando por toda a cidade, que
nada de bom tinha para oferecê-lo. Muito lixo, fumaça, barulho dos carros, além
da discriminação com relação a ele. Estava tão “domesticado” que ia para as
calçadas procura comida, mas a “dona” que varria a rua o botava para “correr”,
não, voar!
À
noite, quando os companheiros estavam dormindo, ele refletia; iria procurar um
lugar mais calmo e “apropriado” para pássaros. Onde ninguém o julgasse pelas
penas, acinzentadas, mas pelo seu valor
real, afinal era mais um pássaro a alegrar a natureza!
Assim
o fez; voou , voou, voou muito, até encontra a floresta, ficando extasiado com
tanta beleza natural e “sem problemas....” deduziu. Começando a explorar a nova
morada foi encontrando animais que jamais vira na cidade. Queria encontrar os
pássaros, e aos poucos foi se deparando com aves lindíssimas como o pavão, que
o olhou do alto de sua vaidade e disse-lhe:
_ Quem é você? Bichinho cinzento e
insignificante que se posta aos meus pés ? - ( Alguém já viu o pé do Pavão? Nem
queiram. É horrível! Porém a pedante ave gigantesca em relação ao pardalzinho. “Sentia-se
a tal” )
Assim,
o nosso amigo pardal, teve sua primeira decepção na floresta; mas já estava por
ali. “Quem sabe outra tentativa”. E
apareceu um tucano, arrogante que só ele! Que ao ver o nosso amiguinho vagando
pela floresta o inquiriu:
-Que estás fazendo aqui, ave
cinzenta e vulgar? Onde você estudou? (Sorbone? por minha conta rsrs) Saia
daqui porque somos a “nata” da floresta e não vou admitir uma coisinha tão feia
e desengonçada, ficar aqui. Rápido! Caia fora!
O
coração do nosso herói teve taquicardia, de tanto medo do Tucano, partindo
imediatamente para outro lugar. “Talvez mais ameno” . Que nada! A cada passo
que dava encontrava, mais e mais discriminação, porém naquela época nem existia
uma Lei que assegurasse o Direito de Todos os Animais....
Depois
da grande desilusão na Floresta, Cinzento sai voando sem destino... Até que
encontrou um deserto; não havia vida por ali e ele (sendo um cara politicamente
correto) começou a transportar sementes de outro lugar e depositou naquele
lugar. Isto feito, partiu, virou nômade, conhecendo dessa forma a vida dos
animais mais a fundo. Virou um pesquisador de Campo na floresta. E, bem mais
tarde, com auto-estima bem elevada, por causa das experiências vividas, resolveu
visitar o deserto para ver como estava.
Para
sua surpresa, o antigo deserto se transformara numa linda floresta que abrigava
os antigos conhecidos que o recepcionaram, dizendo que aquela parte da floresta
havia sido incendiada e todos animais saindo em busca de outro lugar encontram
o antigo deserto totalmente reflorestado. “Certamente alguém havia deixado
sementes que foram crescendo ao longo do tempo com as chuvas.” Disse a coruja.
E o convidaram para ficar ali, pois aprenderam que é muito importante um lugar
para se viver com amigos.
Cinzento,
muito discreto, aceitou o convite dos animais e vive lá até hoje. Agora, todos
os animais lutam contra a invasão dos homens presunçosos, Agora a Floresta tem
Leis, para garantir o Direito de todos que ali vivem!
Fonte: Chico Alencar com um monte
“pitacos” meu.
Tania Maria da Silva
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