quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Na inmidade de SER




Intimidade do ser


            Como pode isso? Estou fazendo castelos em plena tempestade lá fora, e aqui dentro, a aridez outrora sentida, vivida, batida, se transforma em lágrimas de desespero, medo, desilusão, reclusa, confinamento e uma enorme vontade de entorpecer para não assistir o fim do espetáculo trágico da vida. A esperança, fio que ainda alimenta o espírito, insegura de viver em meio a tão turbulento mar bravio, alimenta a alma.
            Sou tomada por um torpor, uma estonteante vertigem frente a realidade que se impõe pelo mundo lá fora. Aqui é o meu esconderijo secreto para ser eu mesma, mas nem isso sei mais fazer, a minha criatividade não sei onde está, só sonho com quimeras. Mundos distantes, onde as pessoas aparecem e desaparecem como num toque de mágica.
            Voltei a ter amigos imaginários, porque percebi que adivinho pensamentos, e sei que desagrado ao mundo com o meu tom berrante e vermelho. Mas Deus, que vou fazer se acho que devo ser plena e verdadeira, num mundo cheio de produtos Chineses, Paraguaios e tão limitantes que deixamos de ser o sujeito de nossas próprias vidas!. Prefiro morrer, a viver sem amor.
            Minhas metas, que alimentavam os meus dias; vejo-as como oásis no deserto que se tornou a minha vida. Estou desiludida. Sinto-me deslocada no mundo e com todas as certezas que as pessoas têm. De belo, só a natureza imponente a desafiar o homem míope, que acelera seu passo no cotidiano, sem enxergar as pequenas maravilhas, que nós, os preguiçosos, somos capazes de ver. O pequeno pássaro que sobrevoa a árvore, as nuvens, que continuam a se transformar em imagens no céu, que de tanto azul, nos convida a um vôo de paz e equilíbrio.
            Saudade da mulher que já fui e que tenta, escorrega, cai, levanta, na necessidade de sobreviver à tempestade, para depois, não sei ainda, alcançar a plenitude se ser e conviver com quem amo, em estado mais ameno, de Paz.  Não gosto de concreto, eu prefiro é viajar, nas asas do pensamento, embarco e faço minha aquarela. Este é o meu mundo hoje, cheio de emoções congestionadas a se chocarem a perguntar: Quem eu sou?
Perdi-me na dança louca do aforismo, racionalismo, ceticismo, inconformismo que se transformou em inércia. Algo está represado em meu coração, que, analfabeto do amor INCONDICIONAL, delira em alucinações  e abismos, que me parecem profundos se eu continuar a dar trela a essa emoção forte que tomou todo o meu ser.
            Razão, onde está você que não encontro? Estou em fuga delirante dessa represa de emoções contidas e pesadelos cruéis. Refugio-me na fantasia de pertencer a algo ou a alguém. Alguém tem que me que proteger desse trágico fantasma que me persegue. Mas quem? As pessoas não gostam não me entendem.  Enquanto espero, vou fazendo aminha viagem interior, para conhecer, um ser que ainda está no casulo. Que venha a Metamorfose!!!!

Tânia Maria da Silva

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